Enxaqueca: como reconhecer os sinais e agir a tempo

A enxaqueca é uma condição neurológica crónica e debilitante, com impacto significativo na qualidade de vida. Em Portugal, estima-se que afete cerca de 2 milhões de adultos, segundo dados de estudos como o Global Burden of Disease e o relatório “Serviços de Saúde em Cefaleias” (2022). A prevalência é especialmente elevada entre os 15 e os 54 anos, afetando mais do dobro de mulheres do que homens .

Reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma das principais causas de incapacidade a nível global, a enxaqueca continua subdiagnosticada e subtratada, apesar da sua elevada frequência e impacto pessoal e profissional.

Reconheça os sinais: sintomas típicos

A enxaqueca caracteriza-se, geralmente, por:

  • Dor de cabeça intensa e latejante, frequentemente unilateral
  • Sensibilidade à luz, sons e cheiros
  • Náuseas e/ou vómitos
  • Piora com o movimento físico
  • Presença de aura (em 30 % dos casos): alterações visuais, formigueiro ou dificuldade na fala.

Antes da dor, alguns sinais de alerta (fase pré-monitória) podem surgir: alterações de humor, irritabilidade, fadiga ou desejo por certos alimentos.

Como agir – orientações práticas

  • Mantenha hábitos saudáveis – Dormir bem, comer de forma regular, hidratar-se e evitar gatilhos como o jejum prolongado, stress ou ruído intenso.
  • Registe os episódios – Utilize aplicações ou um diário para acompanhar frequência, intensidade e desencadeantes. Ferramentas como o ID-Migraine ajudam a identificar precocemente a enxaqueca
  • Trate a crise com rapidez – Medicamentos como paracetamol, ibuprofeno ou triptanos devem ser tomados nos primeiros sinais da dor — sempre sob orientação médica
  • Consulte o seu médico se as crises forem frequentes – Mais de quatro crises por mês pode justificar tratamento preventivo. Existem opções farmacológicas eficazes (como betabloqueadores, anticonvulsivantes ou terapias anti-CGRP)
  • Evite uso excessivo de analgésicos – O uso contínuo pode levar a cefaleia por abuso de medicação. A regra é: não exceder três dias por semana.

Porque é importante saber mais?

A enxaqueca não é “só uma dor de cabeça”. É uma doença com impacto real e muitas vezes invisível. Com informação, registo e acompanhamento médico, é possível reduzir a frequência das crises, controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.

Informa-se e, em caso de sintomas, recorra a um especialista:

Encontre o médico neurologista da rede ADSE mais próximo de si em Pesquisa de Prestadores.

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